sexta-feira, 20 de julho de 2007

Vôo 3054

Chega a ser triste ter vontade de escrever sobre essa tragédia que abalou todos os brasileiros esta semana. Sei que é um assunto que está inundando os noticiários e dando margens a especulações enquanto garante menção nas retrospectivas televisivas de fim de ano.
Não quero falar sobre responsabilidades, culpas ou omissões, até porque ainda é cedo e qualquer comentário do tipo seria mera especulação, uma vez que as investigações mal começaram. Falha humana, improbidade administrativa, falta de investimento devido a sangrias de corrupção, nada disto está confirmado até a data que escrevo este artigo.
Falarei, portanto, de um fato que chamou minha atenção enquanto via a recuperação dos corpos das vítimas e a remoção do destroços. O prefeito de São Paulo e o Governador do estado de São Paulo, prontamente compareceram ao local para prestar solidariedade a todos que sofriam com o acidente, mas sem deixar de seguir o manual do marketing político, que reza se fazer presente em grandes tragédias. Acredito de coração que mais que isso eles prefeririam não precisar estar ali, que nada daquilo tivesse acontecido. Penso o mesmo em relação ao nosso presidente da república, mas acredito que foi uma infelicidade o seu não comparecimento ao local imediatamente após a morte trágica de quase duas centenas de cidadãos brasileiros. Sei que o vice-presidente José Alencar foi enviado para representá-lo enquanto ele, o presidente, participava de reuniões emergenciais em Brasília, mas me pareceu que nosso presidente estava atendendo a seus conselheiros de marketing político que temiam por sua imagem frente a suspeita de responsabilidade do governo por causa dos desmandos na estatal Infraero ou a crise aérea.
Assim como a empresa Red Bull foi infeliz ao enviar promotores ao desastre do metrô de São Paulo, acredito que em virtude da gravidade do acidente, teria sido melhor a presença de nosso chefe de estado, o que talvez demonstrasse uma verdadeira preocupação do governo em resolver nosso caos aéreo que já é vergonhosamente mencionado em brochures de pacotes turísticos no exterior, na nada confortável parte que trata dos cuidados e precauções ao escolher o Brasil como destino de férias.
Vemos que o marketing pessoal, assim como o político, embora altamente subjetivo e dependente de fatores externos ainda obedece a um preceito que deve acompanhar qualquer profissional do marketing; o bom senso.

Um comentário:

Anônimo disse...

É realmente uma vergonha. Nós não temos um mandatário da nação. Temos sim um desmandatário. Um rato que, ao primeiro sinal de perigo, se esconde nas entranhas da máquina, pois sabe que não vale nada. Receber condolências do presidente argentino e do francês antes do nosso próprio governo é o cumulo da inoperância do governo brasileiro. Até o Bush foi visitar os desabrigados do Katrina! E a falta de respeito dos assessores do rato maior. O que foi aquilo? Se minha família tivesse morrido no acidente eu neste momento estaria em Brasília para matar aqueles dois vagabundos.

Desculpe o desabafo Alexandre. Mas a situação chegou em um limite intolerável.

Mudando de assunto, gostei dos seus textos. Muita coisa útil.

[]'s
Fernando