segunda-feira, 23 de julho de 2007

Convergência.

Procurei recentemente por um novo aparelho de celular que satisfizesse minhas necessidades. Estas estão sempre mudando e em virtude de uma nova filial no interior, eu precisava de um aparelho que pudesse acessar a internet e entrar em contato direto com o responsável pela nova unidade a qualquer momento.
Chamei a consultora de uma das operadoras que atuam em meu estado e quase tenho um orgasmo com as vantagens que ela tecia sobre a concorrente. Sinal sempre estável, aparelhos com câmera, acesso a net, mp3, descascador de banana, aparelhos que assam com micro-ondas e sei lá mais o quê, me foram apresentados de maneira frenética e é claro (claro = óbvio); eles eram todos perfeitos pra mim...
Optei por um aparelho chamado Blackberry por poder navegar e atender chamadas sem perder minha conexão. Realmente, é um ótimo aparelho e satisfaz minhas necessidades mais imediatas, mas não bastasse seu preço exorbitante, somos escravizados com um contrato que chega a rugir de tão leonino. Fidelidade imposta e aceita, pago além dos minutos uma assinatura de internet. Epa! Mas eu já pago assinatura de internet em casa e na empresa...
As mesmas empresas que nos conectam ao mundo são avessas à dita “convergência” Apenas os aparelhos são multifuncionais. Temos um sistema que propicia o ganho exploratório e que lembra e muito o período colonial, espremendo o consumidor entre cartéis e oligopólios. Nossa conexão é lenta, se comparada a países desenvolvidos e boa parte dos modems e sitemas são obsoletos há tempos lá fora. Temos sucata rejeitada, e da mesma forma como podemos nos esforçar para ter um carro de primeiro mundo e ainda assim rodar em estradas esburacadas, nós temos acesso aos melhores aparelhos, mas a custos altos e com um serviço que só surpreende o brasileiro desavisado.
As empresas de telefonia dão um verdadeiro show em prospecção de clientes, mas têm um péssimo programa de satisfação e relacionamento, sendo campeãs em reclamações nos órgãos de defesa do consumidor.
Não se engane! Temos no Brasil a melhor tecnologia bancária do planeta (por que será?) e serviços pioneiros como o que localiza seu computador roubado pelo número de IP ao acessar a internet (lapfinder), mas estamos muito atrasados no que diz respeito à conectividade.
O serviço chamado Wimax, que consiste em uma rede sem fio que cobre toda uma área metropolitana e que seria ideal para muitos brasileiros, além de só mexer em nosso bolso uma única vez, já é realidade em cidades da Europa, América do Norte, Ásia e Oceania, mas não tem previsão de quando começa efetivamente no Brasil. Isto iria acabar com a farra do ganha-ganha das operadoras, dando a opção ao consumidor de ter apenas um provedor que possa cobrir seu palm ou notebook em toda a cidade e usar o telefone apenas para o que ele foi criado ou acessar emergencialmente a net. Não é a toa que o homem mais rico do mundo é um magnata desta área. Imaginem o lobby destas operadoras para retardar o processo, que depende de regulamentação e leilão para concessão de banda pela Anatel (ah! , uma agência do governo!). E alguém tem alguma dúvida de quem vai ganhar as concessões de banda que faltam? As mesmas...que mudarão o nome para “Boi”, “morto”, “Plim”, “De jeito nenhum”...e assim continuar dizendo que nós consumidores somos beneficiados pela “livre” concorrência...
E ao tentar migrar para um novo serviço, reze para ser atendido na milésima vez que tentar cancelar o antigo. Compre um bom livro para ler enquanto aguarda ao telefone as inúmeras transferências. A mesma consultora que me vendeu o celular, não pode me ajudar nisso, como boa política, ela já ganhou meu voto...
Mas como um bom otimista, procuro pensar;
“Poderia ser pior... Eu poderia ter que esperar 4 anos pra escolher de novo...”

3 comentários:

Anônimo disse...

Valeu pela propaganda Alexander. Vou deixar o link para o site caso alguém tenha interesse ;) http://www.lapfinder.com/

Com relação à convergência, é bem isso que você falou. Tecnologia já existe, o problema é a "burrocracia" governamental e o desinteresse dos grandes players em mudar o mercado, pois para eles está bom do jeito que está. Muito complicado isso.

self-consciente disse...

eu me questionei sobre essa questão a poucos dias atras, achei interessante o blog e concordo com seu idealismo monista que vai contra a realidade materialista de grandes players.

Anônimo disse...

Bom dia

A maior parte das empresas segue o mesmo esquema.
São ótimos para conseguir clientes e péssimos para manter.
Estamos evoluindo, mas leva tempo. :)

Grande abraço

André Neves