quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Nunca na história desse país... uma ova!

Empreendedorismo. A palavra em si já diz tudo. Empreender é esforçar-se em prol de um resultado e satisfazer-se ao ver o progresso de um negócio ou projeto. Enveredar esforços e recursos com um objetivo. Isto não saiu de nenhum Aurélio, mas da cabeça de alguém que lida com a palavra todos os dias. Pelo menos é o que tentamos fazer.
Atuando na área educacional (ensino de idiomas), sinto que as dificuldades em nosso país são tantas, mesmo lidando com serviços essenciais, que o simples fato de existirem estudos mostrando que apenas 1 em cada 10 das empresas de hoje existirá daqui a dez anos já é frustrante. Não bastasse a carga tributária altíssima, uma atrasada lei trabalhista, política de incentivos deficitária e muita burocracia pra financiamentos, não é de se espantar que tenhamos uma taxa de crescimento tão baixa em tempos de economia mundial aquecida. Apenas uma pequena parte da população concentra a riqueza, mas o consumo das classes B e C é que dita o crescimento, gerando demanda, produção e emprego. É notório que o capital circulante está concentrado, mas ainda assim nominalmente falando, o volume gasto por essas classes supera em muito o da classe A. As grandes empresas já notaram essa característica e têm investido em estratégias de marketing focadas em qualidade. A idéia é a de que vale a pena pagar pela qualidade de um produto ou serviço. Fazer com que esses consumidores gastem um pouco mais não é tão difícil, uma vez que vivemos em um país que não tem a maturidade para conviver com um mercado de câmbio flutuante e juros altos, ainda que com inflação baixa. Nosso consumidor não sabe gastar. Os exigentes ainda são poucos e os descontrolados, muitos. Que o diga o Serasa.
Nunca foi tão difícil sobreviver, não pela concorrência apenas, mas pelas dificuldades que o empresariado brasileiro enfrenta no dia-a-dia. Estamos matando "um leão por dia"e ainda assim o retorno custa a vir. Sei que não existe recompensa sem sacrifício, mas o que quero dizer é que por melhor que sejam os louros colhidos, merecia-se muito mais. O trabalho dificilmente é igual ao retorno. Espera-se que com uma futura maturidade de nossa economia outros mecanismos sejam criados a exemplo do supersimples para que as pequenas e médias empresas continuem sendo os maiores geradores de emprego do país. As consequências práticas são imediatas; A queda da informalidade, aumento da arrecadação, maior geração de emprego e finalmente um aumento de consumo. É claro que a lacuna entre as classes diminuiria e todos sairiam ganhando, mas como reza a lei do marketing; "Se alguém está crescendo, também há alguém perdendo espaço". Talvez devamos esperar mudanças quando a classe correta ditar as regras, pois nunca deu certo pôr a raposa para cuidar das galinhas. Não se trata de perder em função do crescimento de outros, mas de não ter que esperar até possuir alguns bilhões na conta pra começar a pensar no coletivo.

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